terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pensamentos de um paciente

Doutor, estou te vendo pela primeira vez...Pra mim é difícil explicar o que eu tenho porque...me faltam palavras...e nem mesmo eu sei exatamente o que sinto. Se eu entrar e você mal olhar nos meus olhos, vai me desencorajar a me abrir...Aí, das coisas que sinto, talvez vou conseguir falar a mais evidente, só pra terminar logo com tudo isso e sair da sala.

Eu sei que você está cansado, a rotina diária é estressante, mas não entendo que alguém possa trocar o amor pela profissão escolhida por uma atuação desinteressada.

Eu adoraria entrar em seu consultório e ouvir um “bom dia” com um sorriso largo! Mesmo que a consulta durasse pouco eu só queria te ver envolvido com o meu caso. Queria que você realmente se importasse...

Sei que você é como eu...com fraquezas e defeitos. A diferença é que você abraçou a profissão da Medicina, talvez por acreditar que pudesse fazer mais...pudesse ser um guardião da vida, um herói, um militante da saúde.

Nós...mecânicos, donas de casa, motoristas, secretárias, bancários...também temos que desempenhar bem o nosso papel, porque, de alguma forma, isso se reflete em alguém ou alguma coisa. Depositamos em você, doutor, a nossa confiança e...muitas vezes...a esperança.

Dia desses, me emocionei com a atuação de uma médica pediatra que se envolveu com a salvação de uma criança de dois anos. Dava pra sentir o seu envolvimento, sua preocupação e entrega.

Isto, doutor, não deve ser exceção! Deve ser a prática constante, o exercício do bem e da dedicação.

Por isso, espero e torço por você, doutor! Quando eu entrar em sua sala, quero vê-lo como um amigo e ter a certeza de que seu objetivo maior é a Saúde e a Vida do seu semelhante.